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Estamos em tempo de advento. Um advento humano, um advento social, um advento de vida nova. Advento, porque esperamos dias melhores, sem restrições, sem uso de bandeiras, podendo transitar livremente por todos os ambientes e lugares sem máscaras, com a real possibilidade de nos abraçar, apertar nossas mãos como expressão de afeto e de amizade.
Esperamos que nasça um novo tempo em que possamos expressar abertamente nossa alegria através do sorriso aberto e visível e que, em nossos colóquios, os assuntos mais falados sejam a vida, o trabalho, as alegrias, os sonhos e não mais o medo, a morte, a doença e, sobretudo, o novo coronavírus e que esse seja assunto do passado.
Junta-se a esse clima de expectativa de um novo normal o Advento cristão, que é a preparação para a festa de aniversário do nascimento de nosso guia e mestre Jesus de Nazaré, a qual se inicia neste final de semana, dia 29, e que é, para os cristãos, o período do Advento da esperança, da alegria e especialmente, da vida nova em Cristo.
O Advento cristão nos convida e até nos desafia a um novo modo de viver um novo tempo em que a fraternidade, o respeito, a solidariedade e o entendimento sejam o linguajar comum entre nós.
Esse Advento convida-nos a buscar novos caminhos de convivência, novas atitudes, juntamente, com uma nova mentalidade através da qual possamos gerar uma nova sociedade sem donos da verdade, sem prepotentes e dominadores; enfim, uma sociedade sem privilégios e sem escândalos de corrupção.
Ah, como esperamos uma sociedade marcada pela cultura da verdadeira paz pessoal, entre as pessoas, em nossas famílias e em nossas comunidades.
O Advento cristão não é ilusão, nem sonhos alienantes, nem fantasia, mas é a busca de encontrar o real caminho de uma vida harmoniosa, construída sob os alicerces da confiança, da fé e da fraternidade sem fronteiras.
O Advento cristão, que relembramos todos os anos, é aquele que nos aponta para uma pessoa, para um novo projeto de vida que nos garante sermos nós mesmos sem máscaras e sem isolamentos por razões étnicas, ideológicas, religiosas, sociais...
Estamos, pois, em duplo estado de advento! Não percamos a rica oportunidade de rever nossos critérios e opções de vida. Permitamo-nos um tempo para rever a ordem de nossos valores. Sim, permitamo-nos suspender a rotina do silêncio interior para ouvir nossa própria consciência, nosso coração.
Permitamo-nos sentar aos pés do Senhor da vida para ouvi-lo, para experimentar a doçura de sua presença, para estar simplesmente com Ele de forma gratuita e, quem sabe, sussurrar-lhe o segredo mais profundo de nossa alma.
Enfim, somos convidados a termos esperança de dias melhores e a entrarmos no Advento cristão em estado de simplicidade, gratuidade e esvaziamento. Sejamos, pois, cada um de nós, um anúncio dos dois adventos.